Dilma diz — mais uma vez — que não sabia sobre ‘petrolão’ e acionou a PF
Sem deixar muito claro que tipo de providência concreta tomou até
agora desde que VEJA revelou nomes de parlamentares, governadores e um
ministro citados como beneficiários do balcão de negócios montado na
Petrobras, a presidente-candidata Dilma Rousseff afirmou nesta
segunda-feira que solicitou à Polícia Federal e ao Ministério Público a
íntegra do depoimento à Polícia Federal do ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa. Preso em Curitiba, o delator do esquema de desvios na
estatal aceitou acordo de delação premiada. “Se houve alguma coisa, e
tudo indica que houve, eu posso garantir que todas as sangrias estão
estancadas”, disse a petista em sabatina do jornal O Estado de S. Paulo, no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Dilma disse que “não tinha a menor ideia” das irregularidades que
aconteciam dentro da empresa, reveladas na edição desta semana de VEJA –
mas não negou as denúncias. Ela afirmou que “nunca houve desconfiança”
sobre a gestão de Paulo Roberto, principalmente pelo fato de ele ser um
servidor de carreira, e que o caso “não é típico” dos quadros da
Petrobras. Ela pediu informações à PF e ao Ministério Público e disse
que já obteve posicionamento do ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, citado por Costa como um dos beneficiados no esquema de
corrupção. “Ele deu as explicações para mim e por escrito e nega
veementemente tais fatos. Mas eu tomei uma medida: determinei ao
ministro José Eduardo Cardozo [Justiça] que fizesse um ofício à PF,
porque se houver algum funcionário do governo, nós gostaríamos de ter
acesso a essa informação para poder tomar todas as providências e tomar
essas medidas baseadas em informações oficiais”, afirmou a
presidente. “Os processos estão criptografados e dentro do cofre.
Vazamento pode significar não validade das provas. Eu fiz o ofício ao
procurador geral da República para ter essas informações.”