Qualquer análise sobre a administração Robinson Farias, corre o risco de
parecer mero chororô de ressentidos ou simples empolgação de quem ainda
não tem a menor ideia do que é e como funciona o poder na nossa
província.
A razão disso é simples: o governo mal começou. É preciso dar tempo para
que a turma do CC aprenda a pilotar a pesada máquina administrativa.
Os rottweilers do outro lado da ponte precisam, portanto,
abrandar o latido. Enxergar fumaça onde não há fogo agora é uma tolice.
Assim como fingir espanto diante de coisas que são café pequeno perto das lambanças patrocinadas pelos governos anteriores, não é mesmo?
Por outro lado, os novos palacianos têm que esfriar o sangue. Críticas
sempre vão existir. Boas e ruins. Sinceras e maliciosas. É preciso saber
conviver com elas. Algumas merecem respostas; outras, nem tanto. Também
não adianta dourar a pílula e achar “que daqui pra frente tudo vai ser
diferente”, como na canção de Roberto. Acreditar piamente nisso é
ingenuidade, burrice ou malícia. Ou as três coisas juntas.
Não esqueçam que algumas estruturas de poder ainda permanecem intactas. E
que uma cultura política como a nossa não se transforma da noite para o
dia. O importante agora é pôr os pés no chão. Encarar a vida política
como ela é: com seus erros e acertos. Avanços, limites e contradições.
Do contrário, pode ser que daqui a algum tempo elas – as contradições -
insistam em bater à porta.
Nessa hora, é preciso estar preparado. Por isso, senhores, em vez de
ficar brincando de cabo de guerra midiático - salmões de um lado,
lagostas de outro -, melhor talvez seja tocar o barco. Organizar a casa.
Manter o link com a sociedade. É isso que interessa. É isso que todos esperam. O resto é folclore.